FÃ DE CARTEIRINHA: Arnaldo Guerreiro
>> 5 de jan. de 2008
Eu, tu, eles... Não são poucos os fãs de Teixeirinha. Aliás, mesmo que quiséssemos contabilizar a legião de admiradores do “Gaúcho Coração do Rio Grande” não conseguiríamos. Na seção que se inaugura hoje vamos conhecer alguns destes ilustres personagens. A idéia é simples: a cada dois meses, um fã. E não precisa ser um grande colecionador ou, enfim, saber tudo sobre o ídolo. O requisito único é curtir a obra de Teixeirinha.
Em meio a tantos discos – entre outros materiais – Guerreiro guarda com carinho sua imbatível coleção particular relacionada a Teixeirinha. Segundo ele, de todos os artistas gaúchos o maior é mesmo Vitor Mateus Teixeira. Foi Teixeirinha, inclusive, o responsável pelo início da paixão de Guerreiro pela música gaúcha. “Meu primeiro contato com a música de Teixeirinha ocorreu no período de minha adolescência, ao escutar na rádio portuguesa as maravilhosas músicas dele”, afirma Arnaldo. Desde então, revela o português, “passei a acompanhar a carreira de Teixeirinha e freqüentava as lojas de discos em procura dos discos dele, que, na época, eram de quatro canções cada um”.
Guerreiro conta que na adolescência seus amigos preferiam grupos como Os Beatles, The Doors, Supertramp, Os Gênesis, etc., ao passo que ele ouvia compulsivamente Teixeirinha. “Eu continuei com minha preferência diferente deles”, revela, “mas nunca mudei meus gostos musicais e penso que ninguém me discriminou por isso”.
A história de Arnaldo Guerreiro é o maior exemplo das dimensões alcançadas pela carreira de Teixeirinha. Segundo ele, o cantor fez mesmo um grande sucesso em diversos países da Europa. “Portugal”, assegura Guerreiro, “foi aquele onde o sucesso foi maior, com uma grande vendagem de discos. Na França, ele foi conhecido através da comunidade emigrante de portugueses naquele país”. Arnaldo também lembra do sucesso alcançado pelo “Rei do Disco” nos países africanos: “Não podemos esquecer a enorme legião de fãs de Teixeirinha em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Timor”.
Além de colecionar tudo o que diz respeito a Teixeirinha, Arnaldo Guerreiro guarda na lembrança o privilégio de ter se correspondido com o ídolo. Ele recorda que nos anos 1970 mantinha contato com Eva Durzinski, residente em Canoas. Um dia, Guerreiro pediu que Eva fosse até o escritório da Teixeirinha Produções Artísticas e revelasse ao cantor a existência de um grande fã de além-mar. Emocionado, Guerreiro conta o desenlace desta história: “Ao saber que tinha um grande fã em Portugal, ele ofereceu quatro LPs, onde escreveu dedicatórias, e dois cartões de visita, um dele e outro em nome das Produções Teixeirinha. Depois eu escrevi para o endereço dele e recebi resposta. Senti uma alegria difícil de descrever, eu idolatrava ele e revia-me nas letras de suas canções.”
Tomado de emoção, Guerreiro seguiu sua peregrinação em busca de discos, revistas e tudo mais que dissesse respeito a Teixeirinha. Quando o artista morreu, em 1985, Guerreiro viu com tristeza que não realizaria o sonho de conhecer o ídolo. Ele conta que certa vez ouviu um anúncio de que Teixeirinha cantaria numa casa de shows em Portugal. Só depois é que ele descobriu tratar-se de um outro artista que utilizava o mesmo nome. Em meados dos anos 1970, Teixeirinha chegou mesmo a ser contratado para apresentações nas terras lusitanas. Entretanto, a guerra civil e a instabilidade política que abalou a pátria de Camões obrigaram-no a desistir da turnê.
Mas, se não conheceu Teixeirinha pessoalmente, Guerreiro pôde ter contato direto com os familiares do cantor. Em julho de 1997, quase doze anos depois da morte de Vitor Mateus Teixeira, Arnaldo, acompanhado de sua então esposa Maria Vitória e da filha Dina Patrícia, veio ao Brasil e excursionou por alguns dos principais lugares que marcam a trajetória de Teixeirinha. O português esteve em Passo Fundo e em Porto Alegre (entre outros municípios), onde visitou o túmulo do cantor, a Fundação Teixeirinha e a casa onde o artista morava, no bairro da Glória. Nesta última visita, Guerreiro foi recebido com um churrasco promovido pelos filhos de Teixeirinha. Durante a confraternização, Teixeirinha Filho cantou duas músicas em homenagem ao ilustre visitante. Conta Guerreiro que o tal churrasco foi devidamente registrado numa fita de vídeo que ele guarda até hoje.
Mesmo colecionando material referente a Teixeirinha há tantos anos, Guerreiro segue em busca de novidades. Ele nos conta que sua incrível coleção ainda está incompleta: “Dos discos inéditos só não possuo ‘A trilha sonora do filme Coração de Luto’; os outros tenho todos”, afirma. “No entanto”, complementa, “acredito que haja canções em discos compactos que eu não possuo, por exemplo, ‘Teu retrato’”.
Ao ser questionado sobre qual seria o item mais antigo e o mais raro de sua coleção, Guerreiro é bem especifico: “O primeiro disco que eu comprei foi um Copacabana com quatro canções, sendo uma ‘O tango é macho’ e as outras ‘Maria’, ‘A volta do tropeiro velho’ e ‘O desafio da escopa’. O que considero mais raro é um compacto de 78rpm, com as músicas ‘São Paulo’ e ‘Despedindo-me de ti’. Esta última música não se encontra em nenhum dos LPs gravados por ele, assim como ‘Hino a Soledade’, que possuo noutro compacto, mas de 45rpm.”
Na entrevista que fiz com Guerreiro perguntei-lhe qual das músicas de Teixeirinha era a sua favorita. Ao que parece, não foi uma pergunta fácil. Ele diz que é muito difícil escolher uma entre tantas, mas revela simpatia especial pela canção “Maria”, “porque a letra retrata muito minha própria infância”, completa. Quando perguntado sobre o disco que mais preferia, Guerreiro não teve dúvidas e respondeu “Aliança de Ouro”. Já sobre o filme que mais gostava, ele disse “O pobre João”, unindo-se aos tantos admiradores deste grande sucesso cinematográfico de Teixeirinha.
Mas, fã de carteirinha que se preze tem que usar a imaginação também. Foi aí que pedi a Guerreiro para que nos revelasse o que teria dito a Teixeirinha caso o tivesse conhecido. Sem pestanejar Guerreiro responde: “Se eu tivesse conhecido Teixeirinha pessoalmente, teria comprado um bilhete de avião para ele vir a Portugal para visitar o Santuário de Fátima e também para se apresentar em shows, desde o norte até o sul de Portugal, fazendo vibrar milhares de fãs portugueses”. E revela: “Uma canção dedicada a mim foi sempre o meu grande sonho e não nego que teria sido um privilégio se eu tivesse tido a oportunidade de o ter conhecido pessoalmente e ele conseguisse gravar uma letra em minha homenagem”.
O sempre solícito Guerreiro é humilde e não se considera o maior dos fãs de Teixeirinha, pois, para ele, todos são fãs da mesma forma. Sempre ligado em nosso blog, Arnaldo auxilia a todos os pesquisadores que o procuram e já virou referência entre os fãs de Teixeirinha. Graças às maravilhas da Internet, ele pode comunicar-se com o Brasil, adquirir novos itens para sua coleção e participar das discussões sobre a música gaúcha. Mesmo estando longe, Guerreiro procura ficar por dentro do que ocorre sobre Teixeirinha e deixa um recado para os fãs do “Rei do Disco”: “Não deixem cair no esquecimento este grande cantor e continuem falando dele às gerações mais novas, pois Teixeirinha é eterno!”. Tenha certeza, Guerreiro, de que todos nós concordamos contigo. Parabéns!
Do outro lado do Atlântico, um dos maiores colecionadores de Teixeirinha
Neste primeiro “Fã de Carteirinha” escolhi um grande amigo e verdadeiro parceiro aqui do blog. Estou falando de Arnaldo José Guerreiro, residente em Albufeira, Portugal. Pra começar, é preciso que se diga: dificilmente encontraremos um fã com acervo maior do que o de Guerreiro. Admirador nato da música gaúcha em geral, nosso amigo possui uma coleção de 1.326 discos diferentes sobre o cancioneiro sulino. Ele, sozinho, é mais um destes casos de “memória viva” sobre a cultura dos pampas. Sua casa, do outro lado do Atlântico, poderia muito bem ser uma espécie de “Museu da Imagem e do Som” do Rio Grande do Sul.
Guerreiro em meio a alguns discos e publicações de Teixeirinha
Em meio a tantos discos – entre outros materiais – Guerreiro guarda com carinho sua imbatível coleção particular relacionada a Teixeirinha. Segundo ele, de todos os artistas gaúchos o maior é mesmo Vitor Mateus Teixeira. Foi Teixeirinha, inclusive, o responsável pelo início da paixão de Guerreiro pela música gaúcha. “Meu primeiro contato com a música de Teixeirinha ocorreu no período de minha adolescência, ao escutar na rádio portuguesa as maravilhosas músicas dele”, afirma Arnaldo. Desde então, revela o português, “passei a acompanhar a carreira de Teixeirinha e freqüentava as lojas de discos em procura dos discos dele, que, na época, eram de quatro canções cada um”.
Guerreiro conta que na adolescência seus amigos preferiam grupos como Os Beatles, The Doors, Supertramp, Os Gênesis, etc., ao passo que ele ouvia compulsivamente Teixeirinha. “Eu continuei com minha preferência diferente deles”, revela, “mas nunca mudei meus gostos musicais e penso que ninguém me discriminou por isso”.
A história de Arnaldo Guerreiro é o maior exemplo das dimensões alcançadas pela carreira de Teixeirinha. Segundo ele, o cantor fez mesmo um grande sucesso em diversos países da Europa. “Portugal”, assegura Guerreiro, “foi aquele onde o sucesso foi maior, com uma grande vendagem de discos. Na França, ele foi conhecido através da comunidade emigrante de portugueses naquele país”. Arnaldo também lembra do sucesso alcançado pelo “Rei do Disco” nos países africanos: “Não podemos esquecer a enorme legião de fãs de Teixeirinha em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Timor”.
Mesmo não sendo gaúcho, Guerreiro não dispensa um bom churrasco!
Além de colecionar tudo o que diz respeito a Teixeirinha, Arnaldo Guerreiro guarda na lembrança o privilégio de ter se correspondido com o ídolo. Ele recorda que nos anos 1970 mantinha contato com Eva Durzinski, residente em Canoas. Um dia, Guerreiro pediu que Eva fosse até o escritório da Teixeirinha Produções Artísticas e revelasse ao cantor a existência de um grande fã de além-mar. Emocionado, Guerreiro conta o desenlace desta história: “Ao saber que tinha um grande fã em Portugal, ele ofereceu quatro LPs, onde escreveu dedicatórias, e dois cartões de visita, um dele e outro em nome das Produções Teixeirinha. Depois eu escrevi para o endereço dele e recebi resposta. Senti uma alegria difícil de descrever, eu idolatrava ele e revia-me nas letras de suas canções.”
Tomado de emoção, Guerreiro seguiu sua peregrinação em busca de discos, revistas e tudo mais que dissesse respeito a Teixeirinha. Quando o artista morreu, em 1985, Guerreiro viu com tristeza que não realizaria o sonho de conhecer o ídolo. Ele conta que certa vez ouviu um anúncio de que Teixeirinha cantaria numa casa de shows em Portugal. Só depois é que ele descobriu tratar-se de um outro artista que utilizava o mesmo nome. Em meados dos anos 1970, Teixeirinha chegou mesmo a ser contratado para apresentações nas terras lusitanas. Entretanto, a guerra civil e a instabilidade política que abalou a pátria de Camões obrigaram-no a desistir da turnê.
Mas, se não conheceu Teixeirinha pessoalmente, Guerreiro pôde ter contato direto com os familiares do cantor. Em julho de 1997, quase doze anos depois da morte de Vitor Mateus Teixeira, Arnaldo, acompanhado de sua então esposa Maria Vitória e da filha Dina Patrícia, veio ao Brasil e excursionou por alguns dos principais lugares que marcam a trajetória de Teixeirinha. O português esteve em Passo Fundo e em Porto Alegre (entre outros municípios), onde visitou o túmulo do cantor, a Fundação Teixeirinha e a casa onde o artista morava, no bairro da Glória. Nesta última visita, Guerreiro foi recebido com um churrasco promovido pelos filhos de Teixeirinha. Durante a confraternização, Teixeirinha Filho cantou duas músicas em homenagem ao ilustre visitante. Conta Guerreiro que o tal churrasco foi devidamente registrado numa fita de vídeo que ele guarda até hoje.
Mesmo colecionando material referente a Teixeirinha há tantos anos, Guerreiro segue em busca de novidades. Ele nos conta que sua incrível coleção ainda está incompleta: “Dos discos inéditos só não possuo ‘A trilha sonora do filme Coração de Luto’; os outros tenho todos”, afirma. “No entanto”, complementa, “acredito que haja canções em discos compactos que eu não possuo, por exemplo, ‘Teu retrato’”.
Ao ser questionado sobre qual seria o item mais antigo e o mais raro de sua coleção, Guerreiro é bem especifico: “O primeiro disco que eu comprei foi um Copacabana com quatro canções, sendo uma ‘O tango é macho’ e as outras ‘Maria’, ‘A volta do tropeiro velho’ e ‘O desafio da escopa’. O que considero mais raro é um compacto de 78rpm, com as músicas ‘São Paulo’ e ‘Despedindo-me de ti’. Esta última música não se encontra em nenhum dos LPs gravados por ele, assim como ‘Hino a Soledade’, que possuo noutro compacto, mas de 45rpm.”
Na entrevista que fiz com Guerreiro perguntei-lhe qual das músicas de Teixeirinha era a sua favorita. Ao que parece, não foi uma pergunta fácil. Ele diz que é muito difícil escolher uma entre tantas, mas revela simpatia especial pela canção “Maria”, “porque a letra retrata muito minha própria infância”, completa. Quando perguntado sobre o disco que mais preferia, Guerreiro não teve dúvidas e respondeu “Aliança de Ouro”. Já sobre o filme que mais gostava, ele disse “O pobre João”, unindo-se aos tantos admiradores deste grande sucesso cinematográfico de Teixeirinha.
Mas, fã de carteirinha que se preze tem que usar a imaginação também. Foi aí que pedi a Guerreiro para que nos revelasse o que teria dito a Teixeirinha caso o tivesse conhecido. Sem pestanejar Guerreiro responde: “Se eu tivesse conhecido Teixeirinha pessoalmente, teria comprado um bilhete de avião para ele vir a Portugal para visitar o Santuário de Fátima e também para se apresentar em shows, desde o norte até o sul de Portugal, fazendo vibrar milhares de fãs portugueses”. E revela: “Uma canção dedicada a mim foi sempre o meu grande sonho e não nego que teria sido um privilégio se eu tivesse tido a oportunidade de o ter conhecido pessoalmente e ele conseguisse gravar uma letra em minha homenagem”.
O sempre solícito Guerreiro é humilde e não se considera o maior dos fãs de Teixeirinha, pois, para ele, todos são fãs da mesma forma. Sempre ligado em nosso blog, Arnaldo auxilia a todos os pesquisadores que o procuram e já virou referência entre os fãs de Teixeirinha. Graças às maravilhas da Internet, ele pode comunicar-se com o Brasil, adquirir novos itens para sua coleção e participar das discussões sobre a música gaúcha. Mesmo estando longe, Guerreiro procura ficar por dentro do que ocorre sobre Teixeirinha e deixa um recado para os fãs do “Rei do Disco”: “Não deixem cair no esquecimento este grande cantor e continuem falando dele às gerações mais novas, pois Teixeirinha é eterno!”. Tenha certeza, Guerreiro, de que todos nós concordamos contigo. Parabéns!
1 comentários:
CHICO...
EU SABIA QUE O BLOG IRIA COMEÇAR 2008, COM O PÉ DIREITO! AMEI ESTA SEÇÃO "FÃ DE CARTEIRINHA", QUERO APARECER AÍ TAMBÉM HEIN?! RSRSRS
BOM! COMO SEMPRE SOU "MUITO OBSERVADORA", ALÉM DE PREFERIR O TEIXEIRINHA DE BIGODE, TENHO MAIS UMA DÚVIDA, ATRÁS DA 2ª FOTO DO ARNALDO COM SEU ACERVO DE LPS APARECE UM LP "UM TANTO CURIOSO" PARA MIM! DO LADO ESQUERDO DA CABEÇA DE ARNALDO ESTÁ O LP "20 ANOS DE GLÓRIA", ATRÁS DA CABEÇA DELE ESTÁ O LP "DORME ANGELITA" E DO LADO DIREITO DA CABEÇA DELE, QUAL LP É ESTE? VOCÊ PODERIA (SE POSSÍVEL) PUBLICAR UMA FOTO MAIOR DO MESMO? OBRIGADA!
BEIJOS!
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