MUNDO TEIXEIRINHA - Edição 27

>> 18 de abr. de 2008


Chegando com uma edição bastante apressada do "Mundo Teixeirinha" (acho que estas são as últimas semanas de correria, pois as coisas já vão se ajeitando por aqui).


Filmes


O Marcus Vinícius quer saber onde e como pode conseguir filmes de Teixeirinha. Como sabemos, os longas ainda não saíram em DVD (a não ser informalmente) e podem ser encontrados apenas alguns VHS em sebos e casas de antiguidades. A Fundação Teixeirinha, entretanto, disponibilizava cópias dos filmes até pouco tempo. Eles cobravam um pequeno valor pelas cópias das produções. Resta saber se eles continuam prestando este serviço. Para tanto, basta acessar o site http://www.teixeirinha.com.br/ e enviar um e-mail perguntando pelas informações.


Mary


O Rafael Luiz pergunta pelo nome das canções que Mary canta nos filmes de Teixeirinha. De fato, não sei quais são estas canções sem consultar meus arquivos de informação (e não os disponho no momento). Entretanto, como se avolumaram as dúvidas sobre a obra de Mary nas últimas semanas, postarei em breve um material muito precioso enviado pelo amigo Samuel. Trata-se da discografia (quase) completa da "Menina da Gaita". Em breve, posto também fotos das capas de alguns destes discos. Aguardem!


Discomentando


Nesta semana, o quadro "Discomentando" está de volta desta vez trazendo o LP "Assim é nos Pampas". Em maio é a vez do "Guerra dos Desafios". Já o disco de junho será o "Carícias de Amor". Para julho, atendendo a pedidos, chega o "Teixeirinha interpreta" e em agosto, conforme a sugestão do amigo Rafael Luiz, é a vez de "Canta meu povo".


Galpão Crioulo


Está fazendo muito sucesso na Internet o vídeo do Galpão Crioulo Especial Teixeirinha. O Décio, por exemplo, quer uma cópia do programa para guardar em seu acervo. Infelizmente, imagino que este Galpão não será editado em DVD, mas existem alguns programas (Flash Player, por exemplo), que possibilitam a captura das imagens e do som da versão que está circulando pela Internet. Talvez seja uma ótima opção!


Agradecimentos


Agradeço mais uma vez a todos os que passaram pelo blog nesta semana. Nominalmente, estendo me abraço aos amigos Marcus Vinícius, Rafael Luiz, Rozélia Baptista, Jaison Dias, Gelson, Samuel e Décio! Aos amigos que deixam recado no Orkut, peço mais uma vez que ao invés do site de relações, usem o blog, pois não tenho conseguido acesso ao Orkut nos últimos dias.

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DISCOMENTANDO: "Assim é nos Pampas"

[Clique na imagem para ampliar]

"Assim é nos Pampas", lançado em 1961 pelo selo Sertanejo (Chantecler), foi o segundo LP gravado por Teixeirinha. Naquela época, o autor de "Coração de Luto" ainda estava no topo das paradas, lugar que alcançou em 1959 ao lançar a toada-milonga autobiográfica que o consagraria. Dono de um considerável acervo em discos de 78RPM desde então, Teixeirinha e a Chantecler começavam a explorar melhor o mercado do long-play. Depois do sucesso de "O Gaúcho Coração do Rio Grande" (Chantecler, 1961), foi a vez de um novo álbum contendo algumas composições inéditas e outras já conhecidas do público.
Com acompanhamento do maestro Poly, "Assim é nos pampas" traz 12 composições da lavra de Teixeirinha. Segundo o texto da contracapa do LP, "foram reunidas uma série de canções do populário gaúcho e folclóricas ou melhor de inspiração folclóricas". "Os acompanhamentos foram confiados a um conjunto típico, dando assim maior autenticidade às melodias" - diz Braz Baccarin, então diretor da Chantecler e autor do texto de apresentação do LP. Sob o registro PTJ 3020, este LP de Teixeirinha constitui-se, portanto, num dos produtos mais genuinamente gaúchos até então lançados pelo cantor.
Para comprovar que o disco não tem os pampas apenas no nome, basta ouví-lo. No lado A, misturam-se canções românticas como "Chimarreando Sozinho" (valsa), "Tua Carta" (samba), "Deusa da minha prece" (valsa), "Amor no Paraná" (marcha), "Gauchinha Pelotense" (xote) e "Rainha da Fronteira" (valsa). Curioso é notar que destas, metade estão relacionadas a localidades. As últimas três faixas desta face homenageiam (direta ou indiretamente) o estado do Paraná e as cidades de Pelotas e Bagé. No que diz respeito à musicalidade, todas as composições, ou melhor, todo o disco, se faz a partir de arranjos simples compostos basicamente por violões, gaita, pandeiro e flauta. Em alguns poucos casos, uma guitarra havaiana e um ou outro instrumento de percussão se fazem presentes.
No lado B, "Assim é nos Pampas" mostra realmente a que veio. Esta segunda face começa com "Moreninha de São Luiz", mais uma das músicas em que - mesmo que não intencionalmente - Teixeirinha presta sua homenagem a um município gaúcho (neste caso, a própria cidade de São Luiz). Na sequência, "Resposta do Coração de Luto", reinveste no tema da orfandade e da própria vida pessoal de Teixeirinha. Nesta composição, uma artista desconhecida (que certamente não é Mary Terezinha) participa da gravação interpretando a própria mãe do "Rei do Disco". Na faixa seguinte, "Rio Grande do Sul", Teixeirinha destaca-se homenageando mais uma vez o Estado de onde saiu para a fama. Em seguida, mais uma música romântica: "Ausente de ti". Na sequência, "Quatro Origens", consagrado sucesso do cantor em 78RPM e desta feita lançado com humor e desfaçatez em LP. Fechando "Assim é nos Pampas", "Gaiteiro Cantador", talvez a música mais enigmática deste long-play. Sim, enigmática pois começa com o diálogo entre Teixeirinha e um desconhecido gaiteiro (seria o próprio maestro Poly?) e termina com os últimos versos cantados por uma desconhecida interprete (que não é Mary). Desde já revelo aqui: não tenho as respostas de quem sejam os envolvidos na canção e, pior, não possuo sequer hipóteses. Enfim, fatos a serem elucidados!
Basicamente, "Assim é nos Pampas" não está entre meus LPs favoritos. Apesar da fidedignidade com ritmos e instrumentalização da música gaúcha, é um disco cujas composições parecem se repetir nas temáticas. No entanto, é um LP de extremo valor: ressalta o lado gaúcho de Teixeirinha (na capa ele aparece completamente pilchado e acompanhado por três prendas desconhecidas), traz pelo menos duas composições marcantes (refiro-me a "Resposta do Coração de Luto" e "Quatro Origens") e seria o último LP sem a participação de Mary Terezinha - a acordeonista e cantora já aparece no LP "Um Gaúcho Canta para o Brasil", disco lançado em 61 e depois de "Assim é nos Pampas".
O LP "Assim é nos Pampas" foi lançado em CD no ano de 2004 pela série "Gauchíssimo" (Warner/Galpão Crioulo Discos). Hoje, porém, está esgotado e fora de catálogo.

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MUNDO TEIXEIRINHA - Edição 26

>> 11 de abr. de 2008


A 26ª edição do "Mundo Teixeirinha" vem chegando para responder às mensagens de todos os que passaram pelo blog nesta semana. Vamos lá!


Discografia de Mary Terezinha


A Cristina elogia o blog e pede que eu poste a discografia completa da nossa querida Mary Terezinha. Infelizmente, ainda estou em busca de informações sobre os discos da "Menina da Gaita" (que, aliás, não são fáceis de serem encontrados!). Quem tiver o ano, nome do LP/CD e as faixas dos mesmos, por favor, envie as informações para meu e-mail: chicocougo@gmail.com Para não deixar a Cristina na mão, vou providenciar algumas fotos de capas de discos de Mary para a próxima semana!


Dona Zoraida


Há tempos estou promentendo uma matéria sobre Dona Zoraida, a esposa de Teixeirinha. Pois nesta semana, o amigo Jair Augusto pede uma foto desta simpática senhora que sempre me recebe muito bem. Aviso que em breve consigo a fotografia dela e posto aqui no blog junto à matéria prometida.


Agradecimentos


A todos os que passaram pelo blog durante esta semana e, em especial, àqueles que deixaram recados: Jair Augusto, Cristina, Samuel, Elci Dal Olmo, ao amigão Sandro Keche e ao grande fã Arnaldo Guerreiro. Grande abraço a todos!


Ah, e na semana que vem (aí sim, se tudo correr bem, com o bendito notebook), volto com textos inéditos e especiais. Na próxima semana: Discomentando, com o LP "Assim é nos pampas"!

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ESPECIAL: Zero Hora, dezembro de 2007

Atendendo a pedidos e em virtude desta ser, provavelmente, a última semana antes da chegada do esperado notebook, estou postantando uma reportagem sobre Teixeirinha publicada no Caderno de Cultura do jornal Zero Hora (Porto Alegre). A matéria foi editada em 1º de dezembro de 2007 e, portanto, é bastante recente. Nela, vocês poderão conhecer um pouco mais sobre o dia em que o “Rei do Disco” faleceu. O texto é de Luiz Zini Pires e as fotos são do Banco de Dados ZH.


MEMÓRIA

Teixeirinha pediu gaita,
violão e trova no velório


LUIZ ZINI PIRES


O trovador Gildo de Freitas e o maior ídolo popular da música gauchesca morreram na
mesma data em Porto Alegre, um 4 de dezembro, com três anos de diferença






Sete parentes, mulher, cunhada, filhos e maridos circulavam lotados de maus pressentimentos pelo número 5.260 da Avenida Oscar Pereira, no bairro Glória, em Porto Alegre. Uns nervosos, outros mais. O ilustre dono da casa com piscina em forma de cuia de chimarrão, Vitor Mateus Teixeira, 58 anos, sofria no anoitecer de primavera do dia 4 de dezembro de 1985, uma quarta-feira, e preocupava todos.


O maior ídolo popular da música gauchesca que, entre 1961 e 1985, gravou 65 LPs e vendeu mais de 20 milhões de discos. Fez 12 filmes e foi assistido por cerca de 15 milhões de espectadores, estava debilitado. O câncer o atacava sem perdão, e o coração falhava. Parte do ano, entre junho e novembro, foi gasto no Hospital Lazarotto e no da PUC. O cantor nunca mais foi o mesmo após sofrer um infarto, em janeiro de 1984, em Capão da Canoa. Piorou muito, pior do que dois infartos, com a separação de Mary Terezinha, rachando uma parceria (e um amor) de 22 anos.


Às 19h, ganhou a sua última refeição no quarto, deitado. Recebeu uma simples vitamina de mamão, que ele adorava, mas pouco tocou no copo. Estava sem apetite, amolado, carente de ânimo. Perto das 22h, sua mulher, Zoraida, pediu que as filhas chamassem uma enfermeira. Ela não estava gostando da cor e da apatia do marido. Queria saber os números exatos da pressão do enfermo.


Teixeirinha só piorava. Sua filha Margareth estava no quarto, ao lado da cama, quando ele sentiu uma dor forte no peito e perdeu os sentidos por volta de 23h:


Pai, pai, o que é? – ela perguntou.


Ele não respondeu. O pronto-socorro foi chamado. Tentaram massagem no peito. Nada. O horário da sua morte foi confirmado depois, 23h50min. A causa só mais tarde, parada cardíaca. Se foi como o pai (Saturnino), falha no coração. A mãe (Ledurina), epilética, caiu sobre o fogo e morreu. A cena inspirou a música Coração de Luto, seu maior sucesso.


Teixeirinha morreu no mesmo dia, embora com três anos de diferença, que o trovador Gildo de Freitas. O primeiro grito fora da casa foi o das rádios na madrugada de 5 de novembro:
– Teixeirinha morreu.


A notícia trágica pegou o Rio Grande de surpresa, chocou e apagou outras duas informações que estavam dominando o dia: o novo pacote econômico do governo Sarney e o caso do homem que teria sido torturado com água quente na 2ª DP de Gravataí.


Na residência da Glória, a filha Elizabeth, a Beta, era a mais lúcida entre todos. Sempre nessas horas alguém da família toma a dianteira com certos preparativos:


– Fui no armário dele e escolhi cueca, camisa e meias novas. Queria enterrá-lo com suas melhores roupas. Escolhi um traje branco. Achei o melhor.


A advogada Beta, 47 anos, diz que nunca pensou em vestir o pai com bota, lenço e bombacha:
– Ele não tinha o hábito de usar pilcha – disse, 22 anos depois.


O velório começou às 8h de quinta-feira no Salão Nobre do Estádio Olímpico, onde milhares de pessoas tentaram ver o corpo, beijar o caixão, deixar uma flor, mensagens e lembranças ou simplesmente chorar. Dos nove filhos, oito compareceram ao funeral. Uma das filhas, Líria, que estava em Santo Ângelo, chegou só para o enterro. Das quatro mulheres com quem teve filhos, Mary Terezinha não foi ao velório, não ligou, não disse nada aos outros familiares.


- A Mary agiu certo em não aparecer no estádio. Os fãs do Teixeirinha não gostariam de vê-la perto do caixão – acredita o músico Victor Matheus Teixeira Filho, 50 anos.


Teixeirinha era gremista, mas não fanático. Às vezes, nas trovas, fazia o papel de colorado.


– Acho que o pai nunca pensou em ser velado no Olímpico, quando muito na Assembléia Legislativa – revela o filho.


O cantor deixou intenções claras sobre o enterro na música A Morte não Marca Hora:


(...) / Não é preciso choro, sorriam para mim / Me levem, por favor, pra última morada / Cantando minha música de gaita e violão / Quero dois bons trovadores / Em 10 minutos de rima (...)


O féretro deixou a Azenha às 18h. Batedores da Polícia do Exército (PE) abriam caminho para o carro do Corpo de Bombeiros que carregava o ataúde em direção ao Cemitério da Santa Casa. Na passagem, cenas de histeria, empurrões, choros, palmas e música. Quando o caixão chegou à beira do túmulo número quatro, quadra quatro, a multidão portando fotos, cartazes e flores começou a aplaudir e a cantar Coração de Luto. A Banda da Brigada Militar tocou Vigilante, música que Teixeirinha compôs especialmente para a BM.


O padre Antônio Gruta encomendou o corpo. Trovadores e cantores improvisaram versos à beira do túmulo, saudando o homem e o artista. O amigo Valdomiro Mello chegou de Brasília para declamar.


– Quando eu morrer, quero que venhas trovar no meu velório – pediu Teixeirinha dois meses antes, por telefone, segundo publicado em Zero Hora.

No momento que o caixão estava baixando, chegou a filha Líria, que pediu para ver o pai pela última vez. O caixão subiu, foi aberto e Líria fez a sua despedida.


– Janguinha, um grande amigo, queria colocar o violão que o pai usava dentro do túmulo. Eu não deixei. Nem a gaita foi junto. Os dois instrumentos estão guardados – lembra Teixeirinha Filho, que faz shows pelo Brasil cantando 450 músicas do pai.


Autor do livro Teixeirinha, O Gaúcho Coração do Rio Grande, o advogado de São Borja Israel Lopes, 57 anos, sentiu profundamente a morte do ídolo. Se recolheu num dos cantos da casa, e o dia acabou. Quando teve um filho o chamou de Vitor e investiu 17 anos na pesquisa do livro de 215 páginas.


– Ele cantava o regionalismo baseado no dia-a-dia do gaúcho. Buscava o homem do seu tempo, não o do passado. Ele foi poeta, trovador, seresteiro e regionalista.


Bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e de Crissiumal, no Paraná, jogada por um fã num último momento, cobriram o caixão, junto com dois lenços, um branco, outro preto, e flores, muitas flores, no sepultamento.


Depois da cerimônia, a multidão demorou a descobrir o rumo. Muitos ainda se amontovam em cima de outros túmulos, rezavam, cantava, choravam e tentavam se aproximar do lugar onde Teixeirinha descansava. A noite chegou. As pessoas foram ficando, sem medo de fantasmas, apenas tentando permanecer nas proximiades do ídolo por mais alguns minutos, os últimos, os que seriam lembrados para sempre. Cerca de 50 mil pessoas circularam entre o Olímpico e o cemitério naquela quinta-feira.

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REVIVENDO BATE RECORDE!

>> 3 de abr. de 2008



Orgulhosamente, aviso aos navegantes que o blog registrou, em março, seu recorde de visitas: foram 1.655 acessos no período de 31 dias. As cifras superaram o mês de fevereiro, quando tivemos pouco mais de 1.300 acessos. Desde o início de 2008, em nenhum mês o número de visitas baixou de 1.000.


Obrigado a todos os que acessam o Revivendo Teixeirinha!

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MUNDO TEIXEIRINHA - Edição 25

>> 1 de abr. de 2008


Aí está a 25ª edição do “Mundo Teixeirinha”, respondendo algumas mensagens deixadas pelos internautas que acessaram o blog nesta última semana!

Feliz Aniversário!

No último dia 30 uma das personalidades mais conhecidas artistas do Rio Grande do Sul completou 60 anos. Mary Terezinha, que durante mais de 20 anos acompanhou Teixeirinha em gravações, programas de rádio, filmes e shows, chegou ao 60º aniversário cantando e alegrando a comunidade evangélica para a qual dedica sua carreira desde fins dos anos 1990. Parabéns, Mary, a “menina da gaita”!

Galpão Crioulo

No domingo passado (30 de março), o Galpão Crioulo da RBSTV homenageou Teixeirinha. Num programa gravado na mansão do “Rei do Disco”, no bairro da Glória (Porto Alegre), Nico e Neto Fagundes entrevistaram filhos e netos do cantor, contando um pouco da história do “Gaúcho Coração do Rio Grande”. O programa exibiu algumas raras imagens de arquivo de Teixeirinha e foi animado por Teixeirinha Filho e Teixeirinha Neto, que cantaram algumas das principais composições do artista. Quem perdeu o programa, pode assistir acessando o site do Galpão Crioulo no endereço http://www.clicrbs.com.br/


Teixeirinha interpreta

O Arlindo quer saber mais informações sobre o LP “Teixeirinha interpreta músicas de seus amigos”, gravado no início da carreira do cantor. Como o tema é bem propício para fazer parte do “Discomentando”, aviso ao Arlindo que estou incluindo-o na pauta do quadro. O único problema é que já existem outros três discos na fila. Portanto, o “Teixeirinha interpreta” vem só em julho, ok? Aliás, quem tiver a imagem da capa deste disco, por favor, pode enviar para o meu e-mail. Agradeceria muito!

Teixeirinha era Gremista!

O amigo Guilherme Righi de Santa Maria pediu que eu adicionasse a sua comunidade no Orkut (“Teixeirinha era Gremista!”) à lista de recomendações do blog. Como a comunidade é boa, foi incluída!

Lista de músicas

O Kalzely está me cobrando a prometida lista de músicas gravadas por Teixeirinha. Sei que venho protelando há meses esta lista, mas há uma explicação: não desejo repassar informações equivocadas e muitas das que possuo ainda carecem de confirmação. Assim que estiver com meu computador e munido das informações finais, a lista vai para a Internet. Por enquanto, sustento a promessa.

Agradecimentos

Um abraço para os amigos Claudiomar de Oliveira, Arnaldo Guerreiro, Guilherme Righi, Kalzely, Arlindo, Jaison e a todos os que acessaram o blog mas não deixaram seus comentários. Espero vocês na próxima semana. Até lá!

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NO CORAÇÃO DO RIO GRANDE

O texto a seguir foi publicado originalmente na edição de 7 de janeiro de 2008 do Jornal Agora de Rio Grande, RS. Ele fala de forma breve e descontraída sobre a relação envolvendo Teixeirinha e Rio Grande (minha cidade natal). Atendendo a pedidos, estou reeditando o material aqui no blog.


NO CORAÇÃO DO RIO GRANDE


Qual o cantor mais lembrado pelos gaúchos? Para a maioria absoluta dos entrevistados pela pesquisa “Top of Mind 2006” (promovida pela revista Amanhã), não há dúvidas. O maior nome da música no Rio Grande do Sul é Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha.
Realmente, é difícil encontrar alguém que não conheça Teixeirinha. Nascido em 1927 e alçado para o sucesso no início dos anos 60 – quando gravou a autobiográfica “Coração de Luto” – ele foi (e continua sendo) um dos nomes mais admirados da vida cultural gaúcha. É bem verdade que o cantor não era um artista sofisticado. Autodidata, aprendeu a ler e escrever por conta própria, não era um grande instrumentista e suas músicas só ganharam maior diversidade melódica depois que Mary Terezinha, sua parceira dentro e fora dos palcos, assumiu a produção musical do cantor. Mesmo assim, Teixeirinha arrebatou uma incontável legião de fãs, a maioria pessoas simples que se identificavam com suas canções. Era o “seu povo”.
Em 26 anos de carreira artística, cantando em teatros luxuosos ou em circos de chão batido, Teixeirinha alcançou fama, fortuna e prestígio (mesmo que a crítica o combatesse ferozmente). Suas músicas renderam-lhe êxitos inesperados. Em poucos anos, além de casas, automóveis e propriedades espalhadas pelo interior do Estado, o cantor comprou horários nas principais rádios do Rio Grande do Sul e inaugurou sua própria produtora de filmes, responsável por rodar dez longas-metragens em pouco mais de dez anos. Tanto sucesso fez com que as pessoas mais simples, que acompanhavam sua carreira, o tomassem como um símbolo, a imagem de que os pobres também vencem (afinal, antes da fama, Teixeirinha havia sido até mendigo).
Para a gente humilde, desprovida de altos níveis de escolaridade e de bons salários, Teixeirinha era um exemplo. Em Rio Grande, nos anos 1960, lotava qualquer lugar em que se apresentasse. Reza a lenda que ele era presença confirmada no pouco conhecido Circo do Biduca, lugar extremamente simples no qual o cantor fazia shows com o intento de ajudar os artistas locais. Diz-se também que Teixeirinha gostava de vir a Rio Grande, pois tinha amigos na Vila da Quinta e no Povo Novo, lugares de onde saía para incontáveis tardes de pescaria.
O público papareia, ao mesmo tempo, retribuía o carinho do cantor pela cidade. Em meados da década de 1960, quando Teixeirinha fazia sucesso com a “Milonga da fronteira”, as rádios locais tocavam a música sem parar. Nos bairros mais pobres os poucos aparelhos de rádio transmitiam a canção que embalava a árdua rotina dos trabalhadores. Aos poucos, o próprio Teixeirinha foi chegando a Rio Grande através das ondas da extinta Rádio Cultura Riograndina, que em 1973 transmitia o programa “Teixeirinha canta para o povo do Rio Grande” de segunda a sábado, das 07h30 às 08h.
Se a voz do cantor cruzava os ares para chegar pelas ondas do rádio, sua imagem cortava as estradas para instalar-se nas salas de cinema da cidade. Produtor e ator de vários filmes, Teixeirinha era um dos poucos artistas brasileiros a lotar qualquer sessão de cinema. Em Rio Grande não era diferente e, em 1969, cartazes anunciavam “um caminhão de gargalhadas” com a estréia do filme “Motorista sem limites” nos cinemas 7 de Setembro, Carlos Gomes e Avenida.
Os espectadores lotavam as salas e, não sem dificuldades, escreviam para Teixeirinha dizendo o que tinham achado dos filmes. Estas cartas, que chegavam a 10 mil por mês, eram recebidas, lidas e respondidas pelas secretárias da Teixeirinha Produções. Muito desta correspondência sobreviveu ao tempo e mostra que Rio Grande era reduto de milhares de fãs do cantor. Em 5/7/1977, por exemplo, o filme “Motorista sem limites” era descrito por um fã como “nota 10” e “jóia 3 vezes”! Ao final da correspondência o remetente dizia: “Qualquer dia irei aí para conhecê-los [Teixeirinha e Mary] pessoalmente.”
No mesmo 1977, agora em 6/12, um outro apaixonado admirador da dupla em Rio Grande declarava: “Teixeirinha e Mary Terezinha, estamos aguardando ansiosos o seu novo filme ‘Na trilha da justiça’”. Anos antes, em 1974, uma fã tratava os artistas como grandes amigos de sempre. A mesma remetente dizia ter conversado com uma parenta de Mary, afirmando que não gostaria de morrer sem conhecer os cantores. Porém, para ela, ir a Porto Alegre era um sonho difícil de ser realizado, pois as passagens custavam caro. No fim da carta, a correspondente dizia ter comprado – com muito esforço – um rádio no valor de 400 cruzeiros para ouvir os programas de Teixeirinha.
Pesquisas sempre serão importantes para medir o quanto Teixeirinha foi e é um dos maiores nomes da vida artística do Rio Grande do Sul. Todavia, as demonstrações de afeto dos fãs – como as que podemos atestar nas cartas enviadas por riograndinos para o artista – serão sempre mais significativas do que qualquer estudo.

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