DISCOMENTANDO: "Assim é nos Pampas"
>> 18 de abr. de 2008
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"Assim é nos Pampas", lançado em 1961 pelo selo Sertanejo (Chantecler), foi o segundo LP gravado por Teixeirinha. Naquela época, o autor de "Coração de Luto" ainda estava no topo das paradas, lugar que alcançou em 1959 ao lançar a toada-milonga autobiográfica que o consagraria. Dono de um considerável acervo em discos de 78RPM desde então, Teixeirinha e a Chantecler começavam a explorar melhor o mercado do long-play. Depois do sucesso de "O Gaúcho Coração do Rio Grande" (Chantecler, 1961), foi a vez de um novo álbum contendo algumas composições inéditas e outras já conhecidas do público.
Com acompanhamento do maestro Poly, "Assim é nos pampas" traz 12 composições da lavra de Teixeirinha. Segundo o texto da contracapa do LP, "foram reunidas uma série de canções do populário gaúcho e folclóricas ou melhor de inspiração folclóricas". "Os acompanhamentos foram confiados a um conjunto típico, dando assim maior autenticidade às melodias" - diz Braz Baccarin, então diretor da Chantecler e autor do texto de apresentação do LP. Sob o registro PTJ 3020, este LP de Teixeirinha constitui-se, portanto, num dos produtos mais genuinamente gaúchos até então lançados pelo cantor.
Para comprovar que o disco não tem os pampas apenas no nome, basta ouví-lo. No lado A, misturam-se canções românticas como "Chimarreando Sozinho" (valsa), "Tua Carta" (samba), "Deusa da minha prece" (valsa), "Amor no Paraná" (marcha), "Gauchinha Pelotense" (xote) e "Rainha da Fronteira" (valsa). Curioso é notar que destas, metade estão relacionadas a localidades. As últimas três faixas desta face homenageiam (direta ou indiretamente) o estado do Paraná e as cidades de Pelotas e Bagé. No que diz respeito à musicalidade, todas as composições, ou melhor, todo o disco, se faz a partir de arranjos simples compostos basicamente por violões, gaita, pandeiro e flauta. Em alguns poucos casos, uma guitarra havaiana e um ou outro instrumento de percussão se fazem presentes.
No lado B, "Assim é nos Pampas" mostra realmente a que veio. Esta segunda face começa com "Moreninha de São Luiz", mais uma das músicas em que - mesmo que não intencionalmente - Teixeirinha presta sua homenagem a um município gaúcho (neste caso, a própria cidade de São Luiz). Na sequência, "Resposta do Coração de Luto", reinveste no tema da orfandade e da própria vida pessoal de Teixeirinha. Nesta composição, uma artista desconhecida (que certamente não é Mary Terezinha) participa da gravação interpretando a própria mãe do "Rei do Disco". Na faixa seguinte, "Rio Grande do Sul", Teixeirinha destaca-se homenageando mais uma vez o Estado de onde saiu para a fama. Em seguida, mais uma música romântica: "Ausente de ti". Na sequência, "Quatro Origens", consagrado sucesso do cantor em 78RPM e desta feita lançado com humor e desfaçatez em LP. Fechando "Assim é nos Pampas", "Gaiteiro Cantador", talvez a música mais enigmática deste long-play. Sim, enigmática pois começa com o diálogo entre Teixeirinha e um desconhecido gaiteiro (seria o próprio maestro Poly?) e termina com os últimos versos cantados por uma desconhecida interprete (que não é Mary). Desde já revelo aqui: não tenho as respostas de quem sejam os envolvidos na canção e, pior, não possuo sequer hipóteses. Enfim, fatos a serem elucidados!
Basicamente, "Assim é nos Pampas" não está entre meus LPs favoritos. Apesar da fidedignidade com ritmos e instrumentalização da música gaúcha, é um disco cujas composições parecem se repetir nas temáticas. No entanto, é um LP de extremo valor: ressalta o lado gaúcho de Teixeirinha (na capa ele aparece completamente pilchado e acompanhado por três prendas desconhecidas), traz pelo menos duas composições marcantes (refiro-me a "Resposta do Coração de Luto" e "Quatro Origens") e seria o último LP sem a participação de Mary Terezinha - a acordeonista e cantora já aparece no LP "Um Gaúcho Canta para o Brasil", disco lançado em 61 e depois de "Assim é nos Pampas".
O LP "Assim é nos Pampas" foi lançado em CD no ano de 2004 pela série "Gauchíssimo" (Warner/Galpão Crioulo Discos). Hoje, porém, está esgotado e fora de catálogo.
"Assim é nos Pampas", lançado em 1961 pelo selo Sertanejo (Chantecler), foi o segundo LP gravado por Teixeirinha. Naquela época, o autor de "Coração de Luto" ainda estava no topo das paradas, lugar que alcançou em 1959 ao lançar a toada-milonga autobiográfica que o consagraria. Dono de um considerável acervo em discos de 78RPM desde então, Teixeirinha e a Chantecler começavam a explorar melhor o mercado do long-play. Depois do sucesso de "O Gaúcho Coração do Rio Grande" (Chantecler, 1961), foi a vez de um novo álbum contendo algumas composições inéditas e outras já conhecidas do público.
Com acompanhamento do maestro Poly, "Assim é nos pampas" traz 12 composições da lavra de Teixeirinha. Segundo o texto da contracapa do LP, "foram reunidas uma série de canções do populário gaúcho e folclóricas ou melhor de inspiração folclóricas". "Os acompanhamentos foram confiados a um conjunto típico, dando assim maior autenticidade às melodias" - diz Braz Baccarin, então diretor da Chantecler e autor do texto de apresentação do LP. Sob o registro PTJ 3020, este LP de Teixeirinha constitui-se, portanto, num dos produtos mais genuinamente gaúchos até então lançados pelo cantor.
Para comprovar que o disco não tem os pampas apenas no nome, basta ouví-lo. No lado A, misturam-se canções românticas como "Chimarreando Sozinho" (valsa), "Tua Carta" (samba), "Deusa da minha prece" (valsa), "Amor no Paraná" (marcha), "Gauchinha Pelotense" (xote) e "Rainha da Fronteira" (valsa). Curioso é notar que destas, metade estão relacionadas a localidades. As últimas três faixas desta face homenageiam (direta ou indiretamente) o estado do Paraná e as cidades de Pelotas e Bagé. No que diz respeito à musicalidade, todas as composições, ou melhor, todo o disco, se faz a partir de arranjos simples compostos basicamente por violões, gaita, pandeiro e flauta. Em alguns poucos casos, uma guitarra havaiana e um ou outro instrumento de percussão se fazem presentes.
No lado B, "Assim é nos Pampas" mostra realmente a que veio. Esta segunda face começa com "Moreninha de São Luiz", mais uma das músicas em que - mesmo que não intencionalmente - Teixeirinha presta sua homenagem a um município gaúcho (neste caso, a própria cidade de São Luiz). Na sequência, "Resposta do Coração de Luto", reinveste no tema da orfandade e da própria vida pessoal de Teixeirinha. Nesta composição, uma artista desconhecida (que certamente não é Mary Terezinha) participa da gravação interpretando a própria mãe do "Rei do Disco". Na faixa seguinte, "Rio Grande do Sul", Teixeirinha destaca-se homenageando mais uma vez o Estado de onde saiu para a fama. Em seguida, mais uma música romântica: "Ausente de ti". Na sequência, "Quatro Origens", consagrado sucesso do cantor em 78RPM e desta feita lançado com humor e desfaçatez em LP. Fechando "Assim é nos Pampas", "Gaiteiro Cantador", talvez a música mais enigmática deste long-play. Sim, enigmática pois começa com o diálogo entre Teixeirinha e um desconhecido gaiteiro (seria o próprio maestro Poly?) e termina com os últimos versos cantados por uma desconhecida interprete (que não é Mary). Desde já revelo aqui: não tenho as respostas de quem sejam os envolvidos na canção e, pior, não possuo sequer hipóteses. Enfim, fatos a serem elucidados!
Basicamente, "Assim é nos Pampas" não está entre meus LPs favoritos. Apesar da fidedignidade com ritmos e instrumentalização da música gaúcha, é um disco cujas composições parecem se repetir nas temáticas. No entanto, é um LP de extremo valor: ressalta o lado gaúcho de Teixeirinha (na capa ele aparece completamente pilchado e acompanhado por três prendas desconhecidas), traz pelo menos duas composições marcantes (refiro-me a "Resposta do Coração de Luto" e "Quatro Origens") e seria o último LP sem a participação de Mary Terezinha - a acordeonista e cantora já aparece no LP "Um Gaúcho Canta para o Brasil", disco lançado em 61 e depois de "Assim é nos Pampas".
O LP "Assim é nos Pampas" foi lançado em CD no ano de 2004 pela série "Gauchíssimo" (Warner/Galpão Crioulo Discos). Hoje, porém, está esgotado e fora de catálogo.
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