As minhas 11 mais
>> 19 de ago. de 2008
“Qual a sua música favorita de Teixeirinha?” Quase todos que me conhecem já fizeram esta pergunta. Também, pudera. Já são 4 anos de estrada enquanto pesquisador e mais pelo menos outros 4 como admirador deste que é um dos maiores acervos musicais produzidos por um único cantor. E nessa jornada, foram mais de 500 canções coletadas e ouvidas à exaustão (e sempre!).
Pois bem, depois de tanto tempo, resolvi arriscar um “ranking” (bem pessoal, sujeito a toda e qualquer crítica e manifestação contrária) das minhas 11 músicas prediletas do Rei do Disco (eram 10, mas o impasse foi grande e mantive mais uma). Vocês perceberão que incluí alguns clássicos (não todos), canções pouco conhecidas e até mesmo gravações que Teixeirinha fez a partir de letras compostas por outros autores. Para cada canção, uma brevíssima análise. Não se surpreendam, tem de tudo! E está em ordem decrescente de acordo com a preferência:
11 - Uma volta no pago (1963) “Vai chorando gaita Todeschini malvada!”. Assim mesmo, “bem largado”, Teixeirinha abre este que é um dos xotes mais admiráveis de sua carreira. Como tantos, conta uma estória, saúda os fronteiriços, faz piada com a vida e termina com o “rapto” (consentido) de uma prenda, “fazendo peso na garupa do alazão!”. Desde sempre me identifico (e muito!) com esta composição. É por isso que ela aparece no 11º (mas não menos importante) lugar da listagem.
10 - Querência amada (1975) Um xote, um clássico e um hino popular. Eleita a música dos gaúchos, esta deve ser a mais conhecida das composições de Teixeirinha no Rio Grande do Sul. Mesmo os que não admiram o cantor, têm enaltecido a beleza dos versos feitos “em memória de meu pai” – como afirmou Vitor Mateus. Não é a minha canção favorita, mas merece presença na lista. Uma belíssima homenagem às coisas do sul.
09 - Baile de mais respeito (1965) A guerra entre Gildo de Freitas e Teixeirinha rendeu canções (ou seriam batalhas?) homéricas. Desde as cobras engolidas pelos compadres até as armas (adaga, facão e por aí vai) utilizadas na peleja, valeu de tudo. Quando “Baile de respeito” saiu num LP de Gildo, Teixeira retrucou com um de mais respeito ainda. O resultado foi um impagável arrasta-pé cheio de valentia (com direito a rajada de balas no chapéu de um tal Chico Torto!).
08 - Desafio do martelo (1969) Se tem tango, xote e milonga, tem que ter desafio! Foram muitos os candidatos, quase todos muito bons. Fiquei com o meu favorito, aquele onde Teixeirinha é chamado de “frango pelado” e Mary vira “macaquinha de botina”. Uma primazia de trova, num estilo completamente dinâmico e inteligente.
07 - Vingança (1971) Teixeirinha gravou mais de 40 composições escritas por diferentes autores. Em algumas, se saiu esplendidamente bem. A sétima posição desta listagem traz a gravação de um dos grandes clássicos do poeta Lupicínio Rodrigues. Além do arranjo de extremo bom gosto, vale a pena salientar a interpretação de Teixeirinha, serena e íntima como devem ser as canções do velho Lupi. Digna de aplausos!
06 - Vida fantasia (1969) Que eu sou tangueiro, ninguém duvida. E não incluir um tango nessa listagem seria um despropósito. Escolho então o meu favorito, gravado no “Volume de prata” (Copacabana). Trata-se da estória de um homem apaixonado que não é correspondido por sua amada, pois é pobre, “simplesmente um trovador”. É tango no rigor do método, daqueles que inspiram dança e cantoria!
05 - Será que pecamos (1980) Verdadeira pérola! Não é a última gravação sensacional de Teixeirinha, mas é com certeza uma das mais significativas. A união gaita-violão-violinos dá a essa milonga um ar moderno e de grande identificação popular. Além de tudo, conta uma bonita estória de amor envolvendo um triângulo amoroso cheio de paixões!
04 - Coração de luto (1960) Clássico é clássico. E o maior de todos não pode ficar de fora mesmo de uma lista pessoal. Além de histórica, a toada-milonga autobiográfica gravada em 60 resume o talento de Teixeirinha para contar suas próprias histórias. Melodia tristíssima, tantas vezes “pichada” pela crítica, mas que sobrevive ao tempo com várias regravações e, dizem, sustentando o recorde de canção mais vendida na história do Brasil (e do mundo, segundo rumores).
03 - Paraguaia linda (1970) Uma polca (!) ocupa a terceira posição do “ranking”. A estória do peão que viajou até o Mato Grosso e conheceu uma paraguaia de parar a boiada se desenvolve em alguns atos: primeiro eles se conhecem e a paixão surge; depois, ele retorna ao Rio Grande com a promessa de voltar para buscá-la; no final, o retorno. Mas aí a paraguaia linda “há dias tinha morrido”. Triste fim para uma estória dinâmica e que até determinado ponto se encaminhava para um final feliz. Coisas de Teixeirinha... Essa chegou a furar o disco de tanto ouvir!
02 - Porto Lucena (1974) Composição pouquíssimo citada, raras vezes remasterizada e quase sempre esquecida nos programas de rádio e TV dedicados a Teixeirinha. Uma história de amor no ritmo balanceado e que, ao mesmo tempo, homenageia uma das cidades fronteiriças do Rio Grande do Sul. O destaque fica para o duo com Mary na reprise dos versos. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi essa!
01 Gaúcho andante (1962) Teixeirinha era chamado de Rei do Disco, mas também podia ter recebido a denominação de rei do xote. Compôs e gravou muitos, a maioria deles no período inicial da carreira (1959-1967). Na minha modesta opinião, este é o melhor de todos (de quebra lidera a minha lista de canções favoritas também). Descreve a rotina de um autêntico “gaúcho largado” que anda “de pago em pago, longe da vaidade”. É um dos grandes momentos da carreira do cantor e uma espécie de “música-tema” da minha vida.
Então, ficaria bem uma coletânea com estas? Ao menos no meu aparelho de CDs tocaria muito!
Pois bem, depois de tanto tempo, resolvi arriscar um “ranking” (bem pessoal, sujeito a toda e qualquer crítica e manifestação contrária) das minhas 11 músicas prediletas do Rei do Disco (eram 10, mas o impasse foi grande e mantive mais uma). Vocês perceberão que incluí alguns clássicos (não todos), canções pouco conhecidas e até mesmo gravações que Teixeirinha fez a partir de letras compostas por outros autores. Para cada canção, uma brevíssima análise. Não se surpreendam, tem de tudo! E está em ordem decrescente de acordo com a preferência:
11 - Uma volta no pago (1963) “Vai chorando gaita Todeschini malvada!”. Assim mesmo, “bem largado”, Teixeirinha abre este que é um dos xotes mais admiráveis de sua carreira. Como tantos, conta uma estória, saúda os fronteiriços, faz piada com a vida e termina com o “rapto” (consentido) de uma prenda, “fazendo peso na garupa do alazão!”. Desde sempre me identifico (e muito!) com esta composição. É por isso que ela aparece no 11º (mas não menos importante) lugar da listagem.
10 - Querência amada (1975) Um xote, um clássico e um hino popular. Eleita a música dos gaúchos, esta deve ser a mais conhecida das composições de Teixeirinha no Rio Grande do Sul. Mesmo os que não admiram o cantor, têm enaltecido a beleza dos versos feitos “em memória de meu pai” – como afirmou Vitor Mateus. Não é a minha canção favorita, mas merece presença na lista. Uma belíssima homenagem às coisas do sul.
09 - Baile de mais respeito (1965) A guerra entre Gildo de Freitas e Teixeirinha rendeu canções (ou seriam batalhas?) homéricas. Desde as cobras engolidas pelos compadres até as armas (adaga, facão e por aí vai) utilizadas na peleja, valeu de tudo. Quando “Baile de respeito” saiu num LP de Gildo, Teixeira retrucou com um de mais respeito ainda. O resultado foi um impagável arrasta-pé cheio de valentia (com direito a rajada de balas no chapéu de um tal Chico Torto!).
08 - Desafio do martelo (1969) Se tem tango, xote e milonga, tem que ter desafio! Foram muitos os candidatos, quase todos muito bons. Fiquei com o meu favorito, aquele onde Teixeirinha é chamado de “frango pelado” e Mary vira “macaquinha de botina”. Uma primazia de trova, num estilo completamente dinâmico e inteligente.
07 - Vingança (1971) Teixeirinha gravou mais de 40 composições escritas por diferentes autores. Em algumas, se saiu esplendidamente bem. A sétima posição desta listagem traz a gravação de um dos grandes clássicos do poeta Lupicínio Rodrigues. Além do arranjo de extremo bom gosto, vale a pena salientar a interpretação de Teixeirinha, serena e íntima como devem ser as canções do velho Lupi. Digna de aplausos!
06 - Vida fantasia (1969) Que eu sou tangueiro, ninguém duvida. E não incluir um tango nessa listagem seria um despropósito. Escolho então o meu favorito, gravado no “Volume de prata” (Copacabana). Trata-se da estória de um homem apaixonado que não é correspondido por sua amada, pois é pobre, “simplesmente um trovador”. É tango no rigor do método, daqueles que inspiram dança e cantoria!
05 - Será que pecamos (1980) Verdadeira pérola! Não é a última gravação sensacional de Teixeirinha, mas é com certeza uma das mais significativas. A união gaita-violão-violinos dá a essa milonga um ar moderno e de grande identificação popular. Além de tudo, conta uma bonita estória de amor envolvendo um triângulo amoroso cheio de paixões!
04 - Coração de luto (1960) Clássico é clássico. E o maior de todos não pode ficar de fora mesmo de uma lista pessoal. Além de histórica, a toada-milonga autobiográfica gravada em 60 resume o talento de Teixeirinha para contar suas próprias histórias. Melodia tristíssima, tantas vezes “pichada” pela crítica, mas que sobrevive ao tempo com várias regravações e, dizem, sustentando o recorde de canção mais vendida na história do Brasil (e do mundo, segundo rumores).
03 - Paraguaia linda (1970) Uma polca (!) ocupa a terceira posição do “ranking”. A estória do peão que viajou até o Mato Grosso e conheceu uma paraguaia de parar a boiada se desenvolve em alguns atos: primeiro eles se conhecem e a paixão surge; depois, ele retorna ao Rio Grande com a promessa de voltar para buscá-la; no final, o retorno. Mas aí a paraguaia linda “há dias tinha morrido”. Triste fim para uma estória dinâmica e que até determinado ponto se encaminhava para um final feliz. Coisas de Teixeirinha... Essa chegou a furar o disco de tanto ouvir!
02 - Porto Lucena (1974) Composição pouquíssimo citada, raras vezes remasterizada e quase sempre esquecida nos programas de rádio e TV dedicados a Teixeirinha. Uma história de amor no ritmo balanceado e que, ao mesmo tempo, homenageia uma das cidades fronteiriças do Rio Grande do Sul. O destaque fica para o duo com Mary na reprise dos versos. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi essa!
01 Gaúcho andante (1962) Teixeirinha era chamado de Rei do Disco, mas também podia ter recebido a denominação de rei do xote. Compôs e gravou muitos, a maioria deles no período inicial da carreira (1959-1967). Na minha modesta opinião, este é o melhor de todos (de quebra lidera a minha lista de canções favoritas também). Descreve a rotina de um autêntico “gaúcho largado” que anda “de pago em pago, longe da vaidade”. É um dos grandes momentos da carreira do cantor e uma espécie de “música-tema” da minha vida.
Então, ficaria bem uma coletânea com estas? Ao menos no meu aparelho de CDs tocaria muito!
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