O QUE LER SOBRE TEIXEIRINHA?

>> 30 de mar. de 2007




Quem é fã quer saber sempre mais. Em se tratando de Teixeirinha, esta regra não é diferente. A prova disso está no sucesso do assunto na Internet, onde a carreira do cantor é discutida em sites, comunidades e aqui mesmo neste blog.
Contudo, há quem prefira ler sobre o tema em jornais, revistas e, principalmente, em livros. São estas pessoas – ávidas por novas informações – que lêem as publicações sobre Teixeirinha. E é a estas obras que o texto de hoje se dedica.
Infelizmente, ainda existem poucas publicações relativas ao “Gaúcho Coração do Rio Grande”. Uma das primeiras obras no gênero é a biografia “Gildo de Freitas”, escrita por Juarez Fonseca em 1985 (Editora Tchê). O livro, evidentemente, não descreve a vida de Teixeirinha, mas sim do “compadre” Gildo. Mesmo assim, a obra traz algumas anedotas envolvendo os dois cantores e, ainda, a história da clássica “briga” entre os dois. Apesar de não ser exclusivamente destinado a Teixeirinha, o livro tem seu valor, pois traz informações muito importantes sobre o artista.
Em 1992, mais uma vez o nome de Teixeirinha voltou à tona no mundo literário. Desta vez é a autobiografia “A Gaita Nua”, de Mary Terezinha (Rígel, 1992). O livro é polêmico – como já era de se esperar – mas não deve ser desprezado. Nele, Mary fala sobre sua vida, o encontro com Teixeirinha e os momentos mais marcantes na carreira dos dois. É, de fato, uma das mais importantes fontes de dados sobre a dupla, sobretudo por trazer algumas passagens muito ricas em detalhes.
Foi só em 1996 que Teixeirinha transformou-se no assunto principal de um livro: trata-se da obra “Teixeirinha e o Cinema Gaúcho”, escrita pela jornalista Miriam de Souza Rossini (FUMPROARTE). Na publicação (uma tese de mestrado), Miriam Rossini insere o cinema de Teixeirinha no universo cultural que o envolvia. O livro é rico em informações relativas à cinematografia do artista, trazendo entrevistas com diretores, trechos de roteiros dos filmes e até a ficha técnica completa das 12 produções de Teixeirinha.
Apesar destas publicações, ainda faltava uma biografia sobre o cantor. Pensando nisso, Henrique Mann dedicou metade do fascículo 5 da coleção “CEEE/Som do Sul” a Teixeirinha. A publicação, editada pela Alcance em 2002, dedicou-se a contar a história do cantor através de uma rápida cronologia biográfica. No mesmo fascículo (que traz também a vida de Gildo de Freitas), destacam-se algumas fotos raras do “rei do disco”, além de depoimentos, letras e partituras de suas principais músicas.
Agora, no ano de 2007, finalmente chega ao público uma verdadeira biografia de Teixeirinha. O livro foi escrito pelo pesquisador Israel Lopes e editado com o apoio da Fundação Vitor Matheus Teixeira. Nele, Lopes conta aos leitores a infância sofrida e o posterior sucesso do cantor. Além da discografia completa, a biografia traz ainda importantes informações sobre a imagem de Teixeirinha nos dias de hoje.
Dos 5 livros citados, pelo menos 2 podem ser adquiridos: “A Gaita Nua” de Mary Terezinha e a própria biografia do cantor, recentemente lançada. O livro “Gildo de Freitas” ainda pode ser achado com certa dificuldade em algum revendedor ou em sebos. A obra de Miriam Rossini já não se encontra mais, embora possa ser acessada na biblioteca da UFRGS.
Para além dos livros, poderíamos destacar algumas séries de artigos publicados em jornais ou revistas. No entanto, isto já é assunto para outro momento.

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MOÇAMBIQUE DE BRANCO

>> 17 de mar. de 2007


Diversos endereços da Internet têm disponibilizado letras e cifras de cantores do presente e do passado. Teixeirinha não fica de fora desta “mania”, pois muitos internautas têm enviado suas músicas para tais sites.
Vasculhando por aí, fui parar no Achei Cifras (http://www.acheicifras.com.br/) e, para minha surpresa, encontrei a letra “Moçambique de Branco” na seção dedicada a Teixeirinha. De fato, não tinha notícias desta música até então e, por isso, resolvi entrar em contato com alguns experts no assunto Teixeirinha. Resultado: ninguém conhece a tal música.
O site também não traz maiores especificações. Indica o título da canção e sinaliza Teixeirinha como o artista (friso esta palavra, porque ela não especifica a autoria da letra, mas apenas quem a interpreta). Em meus arquivos e junto às pessoas consultadas, não há qualquer menção a esta música. Não sabemos em que disco ela foi gravada (se é que foi!), quando foi interpretada e até mesmo por quem ela foi cantada.
Para completar o mistério, a música nos dá pouca margem de interpretação. Sua temática parece descrever algum ritual característico da cultura negra (que fique claro, estou apenas tentando interpretar a letra!). Não se sabe que ritual seria este e como Teixeirinha teria chegado até ele. Sabemos que o “rei do disco” compôs músicas onde citava a cultura negra e também, alguns elementos da umbanda. Foi assim em “Iemanjá” e até na bem-humorada “Lindo brotinho”. Contudo, Moçambique de Branco parece diferente de tudo o que já vimos. Resta apenas buscarmos maiores informações sobre o mistério! Por enquanto, vamos a letra de Moçambique de Branco:

Pela escuridão do campo vai chegando o pessoal

Essa noite tem assalto num rancho do litoral

Chegando a volta das casas fazendo evolução

É o Moçambique de branco na negra tradição

De calça e camisa clara, Maçacaia nas panturrilhas

Noite afora o vento leva o eco da cantoria


(Lá vem o Rei do Congo com a sua infantaria

Coroa na cabeça e o Rosário de Maria

Ai, minha rainha ginga olha e pisa devagar

Pras pedras miudinha não sair do seu lugar)


Senhora dona de casa, ofereça doce e licor

Que a noite é moçambiqueira num palavrório dourador

Está festa litorânea o branco troca de cor

E mostra que há só um homem diante do criador

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SETE-BOCAS: UM VIOLÃO ESPECIAL

>> 9 de mar. de 2007


Quem já teve a oportunidade de observar as capas dos LP’s de Teixeirinha, deve ter reparado que o cantor aparece quase sempre abraçado ao violão. O observador mais atento pode ter percebido que os primeiros discos do “rei do disco” mostram sempre o mesmo violão, um instrumento pra lá de especial.
Em 6 das 9 primeiras capas de seus discos, Teixeirinha aparece acompanhado por um violão cujo bojo traz sete furos, ou bocas. Este pinho teria sido apelidado de “Sete-bocas”, pelo próprio Teixeirinha, ainda no início dos anos 1960. Conforme conta o estudioso Israel Lopes (autor da primeira biografia de Teixeirinha), o instrumento acompanhou o cantor em todo o início de sua carreira, tornando-se uma espécie de amuleto do artista.
O “Sete-bocas” aparece em 5 discos (todos da Chantecler): O Gaúcho Coração do Rio Grande (1961), Assim é nos Pampas (1961), Um Gaúcho Canta para o Brasil (1961), O Gaúcho Coração do Rio Grande vol.4 (1962), Saudades de Passo Fundo (1962) e Gaúcho Autêntico (1964). Além disso, o violão da sorte pode ser visto em algumas cenas do filme Coração de Luto (Leopoldis Som, 1967), em especial quando Teixeirinha se apresenta em um programa de televisão cantando algumas de suas principais canções e, ainda, no momento em que grava a música “Coração de Luto” nos estúdios da Chantecler, em São Paulo.
A princípio, haveria uma dúvida sobre o “Sete-bocas”: seria ele o mesmo que aparece no filme? A dúvida tem um porquê... Nas capas dos LP’s, o pinho tem as sete bocas cobertas por pequenas tampas adornadas com sete pequenos furos cada uma (seriam sete bocas dentro das sete bocas!). Já no filme Coração de Luto, as sete bocas são preenchidas por novas tampas, cujos adornos tem o formato da letra “V”. Praticamente não há dúvidas de que o pinho seja o mesmo, pois ele tem características muito únicas.
A partir da segunda metade dos anos 1960, Teixeirinha aposentaria o “Sete-bocas”. Como um verdadeiro amuleto da sorte, o violão seria carinhosamente guardado nos arquivos do cantor em ótimo estado de conservação. Hoje o “Sete-bocas” é uma das atrações principais da exposição mantida na sede da Fundação Vitor Mateus Teixeira, em Porto Alegre. Para quem conhece e admira a carreira de Teixeirinha, presenciar este objeto é motivo de comoção. Eu mesmo, em setembro de 2006, tive a oportunidade de estar de frente para este pinho que muita sorte parece ter trazido para o “Gaúcho Coração do Rio Grande”. O que mais chama atenção é a sensação de que o “Sete-bocas” (que se mantém conforme foi usado em Coração de Luto) parece ter sido recém dedilhado por seu dono. Sensação que só um artista eterno como Teixeirinha pode despertar em seus fãs...

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AGRADECIMENTO

>> 4 de mar. de 2007

Neste domingo (4/03), no Estúdio Betha Especial ao vivo de Passo Fundo, a colega e amiga Nicole Reis me ofereceu a linda canção "Os dois lados da vida". Quero registrar aqui o meu agradecimento pela música oferecida no programa e parabenizar a Betha Teixeira pelo belo especial feito diretamente da exposição Teixeirinha - Memória Nacional. Aguardo ansiosamente o mês de maio, quando a Mostra chega a cidade de Pelotas, vizinha da minha Rio Grande. Estarei lá!

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TEIXEIRINHA: 80 ANOS DE SUCESSO

>> 3 de mar. de 2007



Há 80 anos, no dia 3 de março de 1927, nascia Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha. Em vida, amargou alguns reveses do destino – como a prematura morte de sua mãe –, mas também viveu a glória do sucesso. Pioneiro no quesito “artista multimídia”, Teixeirinha conquistou (e ainda conquista) milhões de admiradores, através de programas de rádio e TV, filmes, discos (78RPM, EP, LP, K7, CD...), entrevistas, shows...
Numa época em que o Brasil ainda não se comunicava tão rapidamente como hoje, Teixeirinha fez milagres. Com canções simples, levando as histórias que o povo sente e conhece, ele chegou aos mais longínquos recantos deste imenso país. Aos críticos, respondia com mais sucesso. Ao povo também. Vendeu milhões de discos e levou milhares de espectadores às salas de cinema, mas sempre permaneceu sendo o artista simples. Podia se apresentar em conhecidos teatros norte-americanos (como o fez), mas não abandonava os pequenos circos do interior.
Comparável a sua simplicidade, só mesmo a sua autenticidade. Foi simples por que foi autêntico e vice-versa. Sabia cantar o que o povo sabia (e sabe) ouvir. E quando, já consagrado, uniu-se à talentosa Mary Terezinha, o Rio Grande viu nascer a mais querida dupla de todos os tempos. Cantando passagens românticas, peripécias campeiras ou urbanas, saudades, fatos verídicos, homenagens ou desafios (uma febre nos anos 60), o casal chegou a casa de milhões de pessoas, sendo sempre bem recebido.
Hoje, 80 anos depois daquele 3 de março, paira a pergunta: como explicar Teixeirinha? A resposta, certamente, não é fácil. Talvez não exista explicação. Teixeirinha só pode ser visto como um daqueles fenômenos que surgem raramente e que se eternizam. Todas as partes do mundo acabam por consagrar os grandes nomes. Aconteceu com Gardel na Argentina, com nossa Carmen Miranda e tantos outros. Hoje fica difícil acreditarmos que haja, em algum lugar deste Estado (ou até mesmo do país), algum lar que não tenha ouvido falar de Teixeirinha. É por isso que estes 80 anos (a meu ver, mais importantes do que os 20 anos de sua morte) devem ser comemorados. Devemos lembrar que há 80 anos nasceu um cantor que ainda permanece vivo. E, parafraseando “los hermanos” argentinos (quando se referem a “El Máximo Carlos Gardel”): Teixeirinha “No murió, apenas sus ojos se cerraron”...

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